No dia 12 de agosto, tive a chance de testar por tempo limitado o novo Towa and the Guardians of the Sacred Tree. Leia a seguir quais foram minhas impressões sobre o novo título da Bandai Namco, desenvolvido pelo estúdio japonês Brownies Inc..
Towa é uma pequena guardiã da vila Shinju e conta com seus companheiros e companheiras fiéis, chamados de “Prayer Children”, no inglês do game, que mantêm afastado o grande mal daquele reino. Tudo é muito inspirado no folclore e na mitologia japonesa e conta com uma narração incrível desde o começo, criando uma extensa base de lore em rápidas cinematografias.
Nessa história, o grande vilão, Magatsu, ataca pequenos vilarejos e espalha o mal via um miasma sinistro, matando todos que encontra pelo caminho e causando temor e desespero nos habitantes regionais.

Resta a Towa e sua companhia, composta pelas Prayer Children, defender esses povoados e purificar a terra repleta de demônios. Mas algo muito estranho acontece: uma espécie de campo energético que se impõe de repente, após derrotar o primeiro chefe do jogo, e separa Towa de seus guardiões, os mantendo distantes dos seus respectivos mundos.
Com essa premissa, Towa interage com diversos NPCs da vila Shinju, para onde é transportada após o evento esquisito, e começa a vivenciar narrativas divertidinhas e emocionantes com as pessoas desse sereno lugar. Em contato com eles e elas, ela passa a adquirir recursos úteis, poderes para os personagens jogáveis, subir o nível dos status de batalha deles, comprar consumíveis que melhoram a força e as vantagens em combate e, ainda, criar espadas de diferentes atributos. Durante a forja de uma espada com o ferreiro, aliás, há um minigame bem interessante, baseado em desafios de reflexo e memória, e uma customização de cor da lâmina.
Embora os diálogos possam ser um pouco monótonos de vez em quando, achei cada interação bem recompensadora e divertida. Já fica a dica inicial, então: nunca percam os diálogos da vila e sempre façam e reciclem a maior quantidade possível de espadas para suas runs! Garanto que a recompensa é muito boa.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree tem uma narrativa muito envolvente e um audiovisual excepcional! Seus gráficos são tão lindos e únicos que dão uma sensação de frescor ao mesmo tempo em que faz referências óbvias a outros jogos do gênero (Hades, principalmente), seus efeitos sonoros são competentes – em alguns momentos chega a ser quase que um ASMR muito gostosinho, até mesmo em combate – e a trilha sonora é fantástica, a qual eu passaria horas ouvindo dentro e fora do próprio jogo. Trata-se de uma obra feita com muito carinho e atenção em cada detalhe por seus desenvolvedores, carregando toda a essência da mitologia japonesa para o videogame.
Entrando nos aspectos do combate, Towa precisa escolher, após iniciada uma run (quando você sai da vila com ela), um Tsurugi e um Kagura. O Tsurugi é o Prayer Child primário, ou seja, quem a pessoa jogadora escolhe para controlar e executar comandos ao Kagura, que, por sua vez, é uma espécie de apoio/suporte para seus ataques e defesas. O Kagura sempre terá um ataque diferenciado do Tsurugi, e vice-versa, o que gera uma variedade grande de ofensividade de todos os personagens. A relação Tsurugi-Kagura também permite o Co-op de 2 jogadores, que pode tornar as runs ainda mais divertidas.
Além dessa escolha inicial, os ataques em si contam com outra diferenciação: cada personagem terá duas espadas pré-selecionadas, com 4 estatísticas diferentes cada, e cada uma terá a atribuição de “Honzashi” ou “Wakizashi”. Tais espadas fazem distinção entre os ataques dos próprios personagens (se é um ataque mais “hack ‘n’ slash” ou de dano por área, por exemplo) e introduzem uma mecânica inusitada para o combate: incentivar a trocar de arma constantemente. Em outras palavras, conforme se usa uma das espadas, ela vai perdendo a validade mais ou menos rápido e, ao acabar, deixa de dar tanto dano quanto antes, estimulando a troca entre as espadas e, consequentemente, a tática adotada em ação.
É possível encher a barra do “Fatal Blow” do Tsurugi e usá-lo no momento certo, inclusive. Este é um ataque super poderoso, único de cada guardião ou guardiã, que pode dar um respiro contra a pressão de muitos inimigos ou uma vantagem contra um chefe. Muito útil!

Para incremento das mesmas espadas, saúde dos personagens e seus ataques passivos (fogo, gelo, veneno…), entre outros benefícios, a cada área concluída da run você ganha um card de vantagem, escolhido entre 4 opções. Funciona como no Hades mesmo: se escolhe uma vantagem e, em seguida, o caminho a ser seguido na sua trilha até o chefe final daquela área, existindo 2 opções ou apenas uma. Nenhuma novidade, em se tratando de um roguelite. Demorou um pouquinho para entender e me acostumar com a iconografia dessas áreas, mas uma legenda está sempre disponível na porta de cada uma, junto ao botão de avançar de fato.
Todos esses detalhes citados diferenciam o jogo de diversos outros roguelites do mundão afora, embora eu ache que mais polimento e algumas decisões pontuais de design precisam ser tomadas para que ganhe ainda mais destaque. Também experienciei um combate simples demais durante minhas runs, mesmo com toda a novidade e beleza apresentadas, relatadas acima.
Além disso, durante o combate, a poluição visual é enorme, tornando a tarefa de vencer monstros e chefes ainda mais desafiadora (mesmo jogando boa parte do tempo no modo história do jogo, no qual não senti diferenças relevantes em comparação ao modo normal). Demorou um pouco para não sentir que os inimigos deixassem de ser “esponjas” de dano, talvez eu não consegui aprimorar bem minhas armas ou empoderar o suficiente as minhas Prayer Children favoritas, mas garanti que tudo estivesse evoluído e incrementado antes e durante as runs.

Para completar, pude ver uma variedade imensa de inimigos e de biomas, mesmo só nesse comecinho do jogo (entre 4 e 6 horas de jogatina), o que é extremamente animador para um jogo como este. As interações entre cada dupla de Prayer Children nas fogueiras de checkpoint, em lojas e outros espaços de recuperação rápida dos mapas são bem variadas e comunicam muito bem a personalidade de cada um também.
Por fim, estou muito curioso para conferir essas enormes variedades ambientais e de interação entre cada Prayer Children, que são 8 personagens ao todo (Rekka e Nishiki, por exemplo), propostas pelos desenvolvedores! Entretanto, isso pode custar muitas e muitas runs até conferir todo o conteúdo do jogo, aspecto até que comum dos roguelikes e roguelites. Torço para que as dificuldades sejam ajustadas, os pequenos polimentos aconteçam até o lançamento e que o jogo tenha uma duração justa para todo mundo que tenha curiosidade ou esteja antecipando sua chegada. Pois Towa and the Guardians of the Sacred Tree gerou uma primeira impressão muito boa e tem potencial de ser uma joia rara entre tantas obras desse já saturado gênero da indústria. Esperemos para vê-lo brilhar!
E vocês? Contem nos comentários o que acharam do nosso preview e o que mais esperam desse charmoso roguelite!
Towa and the Guardians of the Sacred Tree será lançado no dia 19 de setembro de 2025 para PC, Nintendo Switch, Xbox Series X|S e Playstation 5.
O Entertainium Brasil agradece a assessoria do jogo pelo convite da sessão de teste para a produção desta matéria.