Se você é uma das pessoas viúvas da franquia F-Zero, Star Racer, da Whatnot Games, é para você! Em circuitos desafiadores e super coloridos, é possível vivenciar esse gostinho da porradaria em alta velocidade novamente, além da dinâmica arcade disposta com a elegância de um raro indie.
Star Racer conta com vários modos de corrida: Grand Prix, com 4 competições com 4 dificuldades cada; Death Race (o último que sobreviver na pista ganha); Time Trial (desafios de menor tempo de volta nas pistas); Desafios especiais em grande variedade, como o de correr sobre a lava e ter de ficar pulando de rampa em rampa (!); Challenges (Vs. 1), contra pilotos que te desafiam de vez em quando; entre outros.
Embora sejam pistas e desafios muito similares, nunca senti que a jogatina ficou repetitiva. O level design é muito bem pensado e, embora estabeleça mais para o final uma variedade visual e/ou de dificuldade das pistas, há muitas variações das mesmas pistas mais cedo, tornando as voltas mais divertidas e desafiadoras. Isso sem citar o construtor de pistas do jogo, não testado para essa análise.
Na seleção de veículos, a tradição aparece novamente com personagens carismáticos e muito diferentes entre si. No mundo do jogo, há humanos, alienígenas, robôs e até furros, cada um com seu veículo único em características de aceleração, resistência, desempenho aéreo e tração em curvas. Tal aspecto traz ainda mais variedade e diversão, atrelado a diálogos dinâmicos entre pilotos ao longo das corridas, todos em tom provocativo.
Imerso em gráficos dos assets e dos cenários muito estilosos, além de uma trilha sonora competente, logo cedo Star Racer é punitivo e desafiador. Cair para fora da pista, por exemplo, custa caro à energia do automóvel (recurso crucial para dar continuidade à sua corrida, ou seu carro explode, você perde uma vida e recomeça o circuito) e te faz perder um tempão até ser reposicionado no chão. Mas empurrar oponentes e rivais para longe tão logo é uma mecânica apresentada pelo jogo, igualando o seu nível ao dos NPCs. Turbos, batidas, incrementos de velocidade/energia espalhados pela pista e um escudo acionável por poucos segundos podem ajudar a ganhar vantagem também.
Por falar em igualdade, é interessante como o jogo nunca deixa a brincadeira ficar sem graça. Sempre há uma dose de dificuldade e uma das que mais senti foi quando se está muito adiantado, distante do segundo colocado na corrida (quando se toma a liderança): seus oponentes alcançados na retaguarda ficam com um escudo energético vermelho e têm repelentes contra sua agressão. Ou seja, eles têm proteção extra e ficam extremamente mais agressivos e protetivos, te prejudicando de muitas formas. Isso é muito legal no sentido de forçá-lo a equilibrar mais a disputa e a ter cautela, mesmo em momentos supostamente confortáveis das corridas.
Não há momentos memoráveis, nem uma narrativa bem construída. Mas Star Racer valoriza demais o rejogo dos circuitos e o domínio das mecânicas, presenteando os jogadores com 99 vidas desde o começo do grand prix, dando boosts de velocidade a cada volta e tornando a jogatina ainda mais interessante no modo aéreo dos carros, em que é permitido disparar contra adversários e fintar entre obstáculos, muito embora todas essas manobras sejam custosas em cápsulas de energia e energia do veículo em si.
Pode ser que você se frustre com Star Racer, mas a prática é a mãe da maestria aqui. É preciso ser bem agressivo nas corridas e saber quando atacar, ultrapassar e usar poderes especiais. Além disso, há desafios que tornam todo aspecto de punição e de desafio MUITO divertido nos outros modos de corrida, o que pode render muitas horas de lazer. Então, aperte os cintos e pise fundo caso busque uma corrida desafiadora e divertida, mesmo que seja por algumas poucas horas de arcade ou até no prazer do complecionismo.
O Entertainium Brasil agradece a assessoria do jogo por ceder um código de teste para a produção desta matéria.
