Desembarcado no Switch 2 desde a semana passada, Two Point Museum é tranquilamente o melhor dos três títulos da série lançados em um console da Nintendo até o momento. O jogo, que teve seu lançamento inicial no PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S em março deste ano demorou alguns meses para ficar pronto desde a chegada do portátil híbrido, mas a espera mais valeu a pena.
Para quem ainda não teve a oportunidade de conferir o jogo, um rápido resumo. Two Point Museum é o mais novo da franquia Two Point, cuja origem é traçada diretamente ao antigo Theme Hospital, um clássico da Bluefrog dos anos 1990. Nele, como em Two Point Hospital e Two Point Campus, você é colocado no papel do administrador de uma instituição, desta vez de um museu, se metendo em todo tipo de maluquice que acontece por lá.
Com muito bom humor e uma quantidade cavalar de conteúdo, tanto já presente no jogo base quanto em DLCs (algumas que já chegaram e outros que virão com o tempo), Two Point Museum é o tipo de coisa que você pode manter em seu disco rígido por meses sem ter que se preocupar em se entediar. Há sempre algo novo a ser explorado e curtido, e bem como os jogos anteriores, Museum lida super bem com as possíveis idas e vindas dos jogadores, conferindo à jogabilidade principal uma simplicidade que não trai a absurda variedade de situações e desafios que se tornam disponíveis conforme ele vai avançando.

Tudo gira em torno de poucos fatores básicos. O principal é o burburinho, a capacidade de impressionar os visitantes ao seu museu, gerado pela quantidade, qualidade, interesse e, mais importante, a maneira como são apresentadas as peças que você coloca em exposição por lá. Para tal, é importante saber onde e quando ir iniciar uma expedição, que é quando você envia um de seus especialistas para buscar novidades para sua instituição.
Mas é preciso mais que só fazer passeios pelo globo, e é aí que entram outras mecânicas de jogo atreladas ao burburinho. Gerar conhecimento ao apresentar de forma concisa e organizada as alas de seu museu é muito importante, porque é com ele que seus visitantes irão agregar valor ao que vêem, que por sua vez resultará em mais dinheiro entrando na conta, aumentando o burburinho. Esse ciclo é o que mantém Two Point Museum em constante movimento, as crescentes demandas do público levando você, como o curador e administrador, a se esforçar para manter tudo nos trinques.
Falando neles, é aí que entra a vantagem de se ter Museum rodando no Switch 2. Depois de recebermos versões do modelo anterior tanto de Hospital quanto Campus, dois jogos que à primeira vista não parecem complexos tecnicamente, mas que deixaram a desejar em termos de performance, é incrível ver quão bem tudo roda com Two Point Museum funcionando em seu sucessor. Há sim uma taxa de carregamento um pouco mais lenta quando comparado ao jogo rodando em um PC com SSD, mas nisso a diferença é dia e noite ao lembrarmos de toda a lentidão dos títulos passados no Switch 1.
O que ele fica devendo, no entanto, é no aproveitamento das funcionalidades que fazem do Switch 2 ser tão único: não há modo de controle de mouse nem de tela de toque. No PC, Two Point Museum é um jogo nativo do mouse, utilizando o teclado somente para atalhos, o que viria muito a calhar nesta nova versão. Já foi provado por Romance of the Three Kingdoms, um excelente jogo de estratégia, que o Switch 2 é mais que capaz de levar uma experiência do tipo, o que diminui um pouco a animação da chegada de Museum por lá.

Por outro lado, o mapeamento dos controles aos JoyCon 2s ou Pro Controller 2 funciona muito bem e é intuitivo o bastante para dar conta do recado, com praticamente o mesmo mapa dos dois jogos que vieram antes. Não é tão bom assim para compensar a falta de outras opções, mas visto que os desenvolvedores já comentaram sobre essa falta e levantaram a possibilidade de incluir em uma atualização os controles de mouse, a esperança vai ser a última que morre para quem quiser aproveitar o jogo arrastando seu JoyCon 2 no braço de seu sofá.
Junto da chegada de Two Point Museum ao Switch 2 também há a estreia de um pacote temático especial do Sonic, que traz ao jogo peças centradas no ouriço mascote da Sega, como também fantasias para seus funcionários, tudo para preparar atrações para lá de fofinhas em seu museu. Mesmo sabendo que este é um jogo com classificação livre, seria muito legal ver mais dessas participações de propriedades da produtora, como quem sabe algo de Ryu Ga Gotoku, para transformar o museu em uma mini Kamurocho. Sonhar não custa nada, não é mesmo?
Mesmo não aproveitando as peculiaridades do Switch 2, Two Point Museum é um lançamento de peso na plataforma, contando com o poder a mais do novo console e perdendo muito pouco no processo. Ah, a localização em português que vimos em março continua primorosa no Switch 2, repleta de piadinhas hilárias, vale relembrar. Poder levar seu museu para qualquer lugar, para ser jogado sempre que quiser é uma grande vantagem, fazendo dele uma pedida e tanto; e se no futuro for possível usar controles de mouse, melhor ainda!
O Entertainium Brasil agradece à assessoria da Sega no Brasil por ceder acesso ao jogo para a produção deste review.
