Há 2 semanas, o promissor Battlefield 6 foi lançado e alcançou números astronômicos de vendas e de jogadores simultâneos online. Nada muito além do esperado para a franquia, ainda que fossem quantidades de gente jogando e de hype nas redes impressionantes. Tanto sucesso foi merecido e eu conto o porquê logo abaixo, com foco na sua campanha.
Assim como no multiplayer, a curta campanha de Battlefield 6 entrega momentos épicos, muita ação, a sensação da guerra total e uma trama envolvente do começo ao final. A Pax Armata é a grande organização militar inimiga – da ONU e das forças estadunidenses – da vez, vinda para desafiar os grandes blocos hegemônicos da geopolítica contemporânea. Uma premissa e tanto para um título da franquia que também se propõe a trazer conflitos modernos para nossas telas.
Em se tratando de BF Studios e Treyarch, os caras já nem têm mais vergonha de fazer algo tão verossímil! Esse jogo é o que é, talvez a maior expressão do que seria uma guerra mundial dos nossos tempos atuais e, claro, pura propaganda nacionalista militar, agora expandido para o ocidente inteiro, não só os EUA. Mais descarado que isso, impossível.
Embora esse lado nefasto da realidade esteja escrachado na cara de quem joga (ou nem tanto, já que é uma propaganda velada), é possível se divertir demais com missões bem lineares, as quais se resumem a batalhas em campos abertos e em locais fechados, invadindo e dominando territórios. Você está no controle de personagens variados do esquadrão Dagger, das forças armadas estadunidenses, os veteranos Sgt. Dylan Murphy, Sgt. Haz Carter e a atiradora de elite Sgt. Simone “Gecko” Espina, além do médico não-jogável Sgt. Cliff Lopez e outros personagens.
Trata-se de um esquadrão barra pesada, realmente de elite, que tem personalidade legal, mas pouco marcante. Muito disso se deve à duração da campanha também, claro, e à sua ausência, de alguma forma, no multijogador. Sua dublagem em português brasileiro está boa, mas nada brilhante. Diria que há alguns erros de tradução/localização, inclusive. A bem da verdade é que as dublagens e legendas estão satisfatórias para parâmetros de jogos do tipo dos anos 2000 e isso não é algo que derruba a qualidade do jogo, mas é evidente como o multiplayer escoa todo o investimento do título e essa ainda é a maior tendência.
No quesito gráfico e sonoro é que Battlefield 6 brilha, além de mecânicas bem encaixadas para tornar o FPS um sucesso esplêndido e longevo. A destruição de edifícios, paredes e objetos, mais atomizada que os títulos anteriores, também é muito satisfatória e conta como fator de vitória nas missões, sendo aproveitado como um recurso criativo a mais para sua narrativa, construída em cenários ricos em detalhes no Tadjiquistão, Egito, Gibraltar e nos EUA (Nova Iorque). Todo o conjunto torna o jogo realista demais, o que é uma conquista para os estúdios europeus do título e um claro avanço técnico que tão esperado pela indústria de jogos AAA.
O veredito é que, sim, Battlefield 6 é muito legal e justifica toda a espera e os comentários positivos do pessoal que joga! Não à toa, ganha o topo de listas ultimamente e constrói uma base fortíssima de jogadores, fazendo valer sua campanha satisfatória e interessante, prolongando a jogatina online extremamente viciante e divertida. Dessa vez, os BF Studios acertaram o alvo em cheio.
O Entertainium Brasil agradece a assessoria do jogo por ceder um código de teste para a produção desta matéria.
Pequenos problemas no lançamento mas que não eclipsaram os pontos positivos. Gostei dos nerfs em veículos, assim a galera de infantaria consegue se divertir também. Tenho certeza que o jogo me renderá centenas de horas de diversão. Ótima análise!